Morte súbita.

Vivia.
Consternada em solidão.
Acostumada, desolada.
Não imaginava encontrá-la, tão gentil.
Quase compreensiva.
Não esperava encontrar o amor
do qual havia há muito aberto mão.

Agora Sofia sonhava.
Viagens com ela.
Casa, quatro cães.
Uma filha.

Solidão ficou para trás.
Solitária.
Intrépidas aventuras? Desventuras.
Desencontros, desengano.
Destino acerbo.
Aproveita-se da minha vida ventena.
Para usurpar o que tenho de valor.
Pelas palavras, o amor.
"ela precisa, e quer, ter alguém pra mudar isso, fazê-la feliz, para que seu coração não se machuque novamente"
O que é estar apaixonada?
Assistir filmes românticos e chorar como uma criança?
Sorrir sozinha, sem motivo aparente?
Cantar e dançar como se ninguém estivesse vendo?
Olhar nos olhos de alguém e ter certeza que quer olhar apenas naqueles olhos?
Sentir-se protegida do mundo (e de si mesma) em um abraço?
Escrever bilhetinhos como se tivesse novamente 12 anos?
Se estar apaixonada significa responder sim a pelo menos uma das questões acima, eu sinto muito, tenho que dizer:
Finalmente me apaixonei.

Sujeito taciturno.

- Se te julgas tão inteligente, por que tens medo de encarar tuas verdades?

É um temor imensurável, quase palpável. Não raro, não fraco. Implacável.
Medo de realidade.
Como falar de tristeza sem ser piegas? Banal, comum? Sem excentricidades, apenas mais um tristeza, no meio de tantas outras, mais uma alma solitária nesta imensa solidão comunitária. Não digna de bitafe, prosa ou poesia. Menções e canções. Cheia de rodeios, logrosa, irretorquível. Tristeza de alma, refletida no corpo, no olhar.
-Estar e ser são condições muito diferentes. 

De fato, para mim é impossível ser feliz ou triste. Estar é diferente, estar é sentir.
Mas esta melancolia que trago no peito não é vaga, ou doce - mas profunda, com sulcos que me invadem, me tomam, me tornam - amargo.

 - Deixes de ser tão taciturno, e não fujas do assunto. Não quero saber de tuas pseudotristezas.
Quero tuas verdades nuas.
Escancaradas.

Não tenho medo de encará-las. Coragem não me falta.
Me falta é argumento.

F.P.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

S2

Se você não se importa...

por que eu deveria?
Dessa vez
eu

vou me preocupar
em salvar a mim mesma.

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